Resenha #184 - Reboot - Amy Tintera - Galera Record



Título: Reboot
Autor (a): Amy Tintera
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501401090
Ano: 2015
Páginas: 352


Livro recebido em parceria com a editora


Sinopse: Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto, que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar.
Mas, aos 12 anos, quando acordei na Sala dos Mortos do hospital, 178 minutos depois de levar três tiros no peito, eu gritei.
Gritei enquanto me trancavam em uma cela, me escoltaram até a aeronave e me colocavam na fila com as outras crianças recém-nascidas. Gritei até chegar às instalações da Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, ou CRAH. Lá, eles me disseram que gritar significava morte. Agir como se eu ainda fosse uma criança humana significava morte. Desobedecer a ordens significava a morte.
E então eu fiquei em silêncio.

Oi galerinha!

Falar que eu gosto de distopias é o mesmo que “chover no molhado”, acho que todos que acompanham o blog já repararam que volta e meia eu estou lendo algo do gênero e quase nunca me decepciono. Reboot foi uma das minhas leituras do mês de Abril, e mesmo apesar de já ter lido opiniões bem diferentes da minha sobre esse livro, posso garantir à vocês que ele me surpreendeu. Uma leitura rápida, empolgante, cheia de aventura, com uma premissa que mesmo não sendo totalmente inovadora, foi muito bem trabalhada e abordada de uma forma diferente pela autora, o que deu um certo charme a história. Sem é claro fazer vistas grossas para algumas partes do livro que se tornaram fantasiosas demais, o livro no geral me empolgou e me proporcionou uma leitura muito mais que agradável.

A maior parte da população do Texas foi dizimada por um vírus mortal, agora imagine o pânico dos sobreviventes quando seus mortos começam a voltar à vida? Isso porque quem morre vitimado pelo vírus ou quem é morto depois de ter sido contaminado pelo vírus volta à vida mais forte, mais veloz, menos humano e praticamente invencível. Quanto mais tempo você demorar em voltar à vida, menos humanidade sobra dentro de você. Por este motivo os Reboots, como são conhecidos, são classificados pelo tempo que permaneceram mortos, os que têm números mais altos são considerados os mais temidos.

A CRAH acaba eliminando todos os adultos que voltam à vida, alegando que eles são instáveis e nunca conseguiriam se adaptar a sua nova condição. As crianças e os adolescentes são enviados para os alojamentos da Corporação de Repovoamento, treinados e utilizados como armas pelas autoridades para o combate do vírus, além de manter a ordem nos cinco conglomerados humanos que é o que restou do estado do Texas.

Wren Connolly demorou 178 minutos para voltar à vida, e é a Reboot mais temida, a mais forte e mais desprovida de emoção da qual se tem notícias. Sua fama a precede, ela é implacável em suas missões, seus alunos são os que possuem a melhor taxa de sobrevivência, por isso ela é considerada a melhor instrutora da Corporação, e como consequência disso ela sempre treina os novatos com os números mais altos. Sem nunca questionar a Corporação e seus comandos, Wren é o exemplo de Reboot, não que isso valha de algo, pois para os humanos os Reboots não passam de ratos que podem ser exterminados a qualquer momento.

Quando sua amiga de quarto começa a sofrer surtos e agir como se fosse uma espécie de zumbi, louca para devorar carne humana, Wren começa a questionar o tratamento que a Corporação dá aos Reboots com a numeração mais baixa. É nessa mesma época que Wren é desafiada a treinar Callum Reyes, um 22 que serve de chacota para os demais Reboots, por ser considerado praticamente um humano. 

Conviver com um 22 e seu sorriso fácil, ser tocada e confrontada por ele, além de passar boa parte de seu tempo tentando entender o que está acontecendo com sua amiga, desperta em Wren sentimentos que ela julgava não ser capaz de sentir, a deixa confusa e ao mesmo tempo a faz ser capaz de confrontar seus opressores, lutar e não ter medo de morrer para salvar aqueles que estão ao seu lado.

Os números mais baixos quase sempre choravam. O 45 provavelmente teria chorado. Ele só ficou morto por 45 minutos antes de ressuscitar. Quanto menos tempo se ficasse morto antes de voltar como um Reboot, mais humanidade ficava retida. Eu fiquei morta por 178 minutos. Não chorei.

Reboot tem uma narrativa muito rápida, intensa, em primeira pessoa pela perspectiva de Wren. Temos consciência de todos seus tormentos, e como é controverso ela achar que não tem sentimentos e ao mesmo tempo ser um turbilhão de emoções. A história é repleta de ação, e apesar de eu ter amado o livro ele só não ganhou um coração e foi favoritado por conta de algumas situações meio bizarras. Eu não sou capaz de dirigir um avião nem em um simulador, mas nossa protagonista, mesmo nunca tendo tido acesso a esse tipo de tecnologia, só com um manual ela consegue pilotar um avião de verdade em uma situação de muito estresse. Tudo bem que ela é uma Reboot, ela é mais rápida, mais forte que um ser humano, mas não vi nenhuma menção no livro dizendo que os Reboots são mais inteligentes também. 

O romance improvável entre os personagens acaba sendo o ponto chave da história, e até entendo que foi necessário a autora se apegar a esse fato, pois só ele é capaz de explicar a mudança no comportamento da 178, antes frio e distante e depois de conhecer o 22, atencioso e compassivo. É como se ele fosse o estopim causador da mudança. Em muitos casos eu não sou a favor de mudanças drásticas no comportamento dos personagens, mas a narrativa da Amy foi tão bem elaborada que não provocou em mim o mesmo sentimento que tive com outros casos parecidos. 

Callum o 22 é fofo, ficava torcendo por ele o tempo inteiro, adorei o jeito dele, o fato dele não aceitar as coisas que lhe são impostas, de questionar e com isso ajudar na mudança da Wren. Ele me fez lembrar, é claro guardadas as devidas proporções, aquele filme "Meu namorado é um Zumbi", que a convivência fez despertar o lado humano do zumbi. Acredito que algo parecido tenha acontecido com a Wren, por isso a mudança no seu comportamento.

O final do livro como toda boa distopia deixa aquela pontinha solta, o que nos deixa loucos para saber o que vai acontecer e contando os dias para a publicação da continuação. 
No geral a história me ganhou, passei dias falando do livro e indico a leitura dele para todos que estão perto de mim. Sem dúvida adoraria ver a adaptação nas telonas, para os que não sabem os direitos foram comprados pela FOX 2000 mesmo antes do lançamento do livro. 

Adoro as edições da Galera Record e sou fã de capas pretas, apesar da edição estar simples, eu gostei muito do trabalho de capa e diagramação, simples e perfeito. Pra quem está a procura de uma distopia repleta de ação, com um toque de romance e momentos eletrizantes, eu indico Reboot o primeiro livro da duologia de Amy Tintera.


Quando os humanos começaram a se levantar da morte, eles foram chamados de “milagre”. Os Reboots eram a cura para o vírus que dizimara grande parte da população. Eram mais fortes e mais velozes e quase invencíveis. Então, quando ficou claro que o Reboot não era o humano que haviam conhecido, mas sim uma espécie de cópia fria, alterada, eles nos chamaram de monstros.




24 comentários

  1. Oi Patty

    Esse livro eu achei que iria gostar mais quando você comentou comigo, mas quando terminei de ler não consegui identificar que sentimento ele me despertou achei o livro bem previsível e algumas partes bem forçadas rsrs mas mesmo assim ainda tenho vontade de ler o próximo livro.

    Beijos

    www.livrosechocolatequente.com.br

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  2. ja gostei do livro por se tratar de uma distopia adoro esse tipo de livro, gostei das capa e vou ler assim que possivel.

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  3. Estou namorando esse livro faz algum tempo. Fiquei ainda mais louco por saber que é uma distopia que envolve uma espécie de zumbi. E mesmo que não tenha as características clássicas dos zumbis; a gente sabe o que é um morto-vivo. haha
    Acho que esse livro vai me ganhar pela inovação.

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  4. No momento que fiquei sabendo que o livro era uma distopia já me interessei pois tinha visto uns elogios por aí! Esse mundo criado eu achei fantástico! A questão de quanto mais demora para ressuscitar menos humano volta eu achei bem instigante e principalmente por ser narrado por alguém neste estado.

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  5. Eu também adoro distopia! O modo como o autor constrói o mundo, toda a ambientação, o clima de ação e aventura, tudo isso me deixa fascinada. Achei bem interessante essa parada de que o nível de humanidade da pessoa vai depender de quanto tempo ela demora em voltar à vida. Já vi vários comentários positivos sobre o livro, e estou louca para ler.

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  6. Eu não sabia o que pensar sobre o livro e ainda não sei muito bem, porque assim como você eu já vi varias opiniões. A história realmente não é nada original, é algo bastante trabalhado e clichê, mas gostei do diferencial que se colocou, esse fato de a humanidade ligado a quanto tempo demora a voltar e acredito que um romance e que o 22 irá conquistar e despertar os melhores sentimentos nela, você conseguiu despertar minha vontade de ler!
    Beijos

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  7. Graças à Deus é uma duologia... e não uma daqueles séries imensas que nos fazem esperar anos e anos.
    Venho namorando esta distopia a muito tempo, e fiquei muito feliz quando a Galera anunciou que traria ela para o Brasil.
    Adorei a resenha, sou apaixonado por romances e ficção ♥♥♥
    Livros que terminam em cliffhanger geralmente não me animam, mas esse em particular entrou na minha lista por conta de todo o "barulho em torno dele".

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  8. Sua resenha está ótima Paty e os trechos do livro que aparecem no texto me deixaram super interessada.

    P.S.: Gostei de saber que é uma duologia, obrigada Lissandro, também me estressa séries muito longas, que me deixam na ansiedade. :D

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  9. Ouvi comentários não muito positivos sobre o livro, a sua resenha foi uma das poucas que ouvi comentários bons a respeito. Parece ser uma boa distopia, está na minha lista para possíveis oportuniades de leituras
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  10. Você disse que é fã de capas pretas e eu, depois de (tentar) organizar minha estante pelas cores das lombadas, sou fã de lombadas pretas kkkkkkkkk por mim, todos os livros deveriam ter as lombadas pretas. Fico imaginando que linda ficaria minha estante!
    Mas parando de divagar, esse livro está na minha lista de desejados desde a primeira resenha que li. Não posso dizer que sou "fã" de distopia porque só li dois livros do gênero até hoje (Feios e Divergente), mas devo dizer que gosto bastante e que esse livro em especial me parece muito bom. Eu sinceramente acho que ia preferir morrer com o tal vírus pra voltar em forma de Reboot do que ser morta por um Reboot. Não sei, acho que tenho que ler pra formar uma opinião :p

    Beijos!

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  11. Gostei demais do universo que o autor criou, assim como o enredo. Na maioria dos livro é o mocinho que é o mais forte, o mais insensível, e o que precisa ser controlado e convencido do amor e dos sentimentos, mas no caso desse livro é a mulher, e eu adorei isso. Queria muito ler o livro não só pelo romance, mas também por toda a distopia, fiquei curiosa sobre esse mundo.

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  12. Olá Patty!
    Também adoro uma distopia! E esse livro parece ser ótimo!
    Você falando que se surpreendeu já me deixa animada e com a resenha positiva dessas me deixa com mais vontade de ler.
    Li em um blog que os direitos para virar filme já foram comprados e em breve o veremos nas telonas também. Legal demais! Adoro ver adaptações no cinema.
    Vamos ver se será tao bom qto o livro ne?
    Bjus

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  13. Ei Patty, tudo bem?
    Também adoro distopias, e quero muito ler Reboot. Realmente, as opiniões divergem muito, mas vou confiar na sua, rs. Quero ver como o 22 vai mudar nossa protagonista (adoro protagonistas com nomes de números *cof 4*, *-*).
    Beijos

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  14. Parabéns pela resenha! Ainda não tinha conhecimento sobre o livro, mas gostei. Achei super interessante!! ;)

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  15. Oiee! Mesmo todo mundo que leu falando tão bem desse livro e a capa sendo bem chamativa, eu não arriscadei, pois amo distopias, mas odeio zumbis ._.

    Tive uma experiência traumática com A Menina que tinha Dons -_-

    Mas parabéns pela resenha

    Bjs!

    Leitura Silenciosa | Blog | FanPage

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  16. Morrendo de vontade de ler esse livro. Distopias nem fazem muito o meu gênero, mas me encantei por esse assim quando li. E vendo a sua empolgação, já sei que vou adorar também. Quero o meu para ontem!

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  17. Poxa amei amei ameiiiiiii!!!
    Fiquei louca por esse livro, sério! Parece ser aquelas distopias que vale a pena, Ansiosa pelo romance de Callum 22 e Wren

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  18. Estou por fooooora das novas distopias, eu nao conhecia essa ainda :o
    E essas frases incriveis na capa? caraamba estou muito empolgada! amei a resenha e, embora nao seja atraida por tematica de zumbi, darei sim uma chance!!!!

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  19. Oie nossa pdo jeito que vc fala dele ja ate me apaixonei queroo mtooo
    amoo distopias tbm acho hilarios, e se for bom o quanto vc fala nossa vou gostar mtooo
    ja quero ele..

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  20. Oi Patty!
    Não tinha muito interesse por esse livro, mas a sua resenha conseguiu me deixar com muita vontade de ler! Acho que essas situações fantasiosas demais, como a do avião, vão me irritar um pouco, mas pelo jeito a história vale a pena!
    Bjs

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  21. Oi!
    A historia me surpreendeu a Amy Tintera conseguiu criar uma boa trama dentro do livro me deixando bastante curiosa sobre os Reboot e a Wren mesmo não tendo os mesmos sentimentos me parece o tipo de personagem forte que luta !!!

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  22. Oi Patty, tudo bom?
    Mesmo com alguns elementos que lembram alguns livros, eu estou doida para ler esse livro. Também adoro livros distópicos e me interessei por essa história desde a primeira resenha que li. A ideia dos reboot é interessante e curiosa e fiquei ainda mais curiosa por causa da Wren.
    Espero gostar tanto quanto você.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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  23. Oi Patty, tudo bem? Amo distopias e estou louca pra "descongestionar" minha wishlist pra comprá-lo! Estou muito interessada na história. Das resenhas que li, eu gostei bastante. Bjs

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  24. Eu sou fã assumida de distopias, e claro que de cara fiquei interessada em Reboot. Apesar disso, nunca fui muito fã de zumbis, e talvez por isso, pra mim, esse livro pareceu ser bem original, visto que não conheço as histórias existentes sobre os diferentes tipos de zumbis hahaha O negócio da disseminação do vírus, aí sim se pareceu com outras distopias. Mas eu gostei pra caramba da premissa, certeza que vou querer conferir o mais rápido possível.

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