Resenha #327 - A vida como ela era - Susan Beth Pfeffer - Bertrand Brasil


Título: A vida como ela era
Os últimos sobreviventes #1
Autor (a): Susan Beth Pfeffer
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528620696
Ano: 2016
Páginas: 378


- Livro recebido em parceria com a editora


Sinopse: Quando Miranda começa a escrever um diário, sua vida é como a de qualquer adolescente de 16 anos: família, amigos, garotos e escola. Suas principais preocupações são os trabalhos extras que os professores passaram – tudo por causa de um meteoro que está a caminho da Lua. Ela não entende a importância do acontecimento; afinal, os cientistas afirmam que a colisão será pequena. O que Miranda não sabe é que os cientistas estão muito enganados... Para surpresa de todos, o impacto da colisão é bem maior do que o esperado, e isso altera de modo catastrófico o clima do planeta. Terremotos assolam os continentes, tsunamis arrasam os litorais e vulcões entram em erupção. Em 24 horas, milhões de pessoas estão mortas e, com a Lua fora de órbita, muitas outras mortes são previstas. Miranda e sua família precisam, então, lutar pela sobrevivência em um mundo devastado, onde até a água se torna artigo de luxo. Através do diário da adolescente, A vida como ela era nos conduz por uma emocionante história de persistência, ensinando-nos que, mesmo diante de tempos assustadores e imprevisíveis, o recurso mais importante de todos – aquele que jamais deve ser extinto – é a esperança.
"Escrevo nesse diário para mim mesma, para que um dia, quando eu não precisar mais viver no solário, eu possa me lembrar da vida ela era, a vida como ela é."


A vida como ela era foi um daqueles livros que comecei a ler sem saber bem o que esperar. Sabia que se tratava de uma distopia e a algo relacionado com a lua. Ao iniciar a leitura fui bombardeada com situações tão realistas e tão possíveis de acontecer, que de uma forma quase doentia, fui tomada por uma estranha empolgação, e não consegui mais desgrudar os olhos do livro.

A vida como ela era nos apresenta Miranda, e é através das páginas de seu diário que iremos vivenciar a decadência de uma civilização. Ela era uma jovem normal, com preocupações próprias de sua idade. Até o dia em que um meteoro colidiu com a lua. 

A princípio esse evento fora tratado pela mídia e pela própria população com grande euforia, todos estavam curiosos para assistir o grande espetáculo. Porém, os cientistas não previram que o impacto tiraria a lua de sua órbita. E a olhos nus a população mundial pode assistir a lua se aproximar mais da terra. 

Caos, destruição e morte. Já nas primeiras horas após a colisão, a vida da população mundial fora afetada de forma irreversível. Uma histeria coletiva se apoderou de todos, estocar alimento, roupas, e itens de higiene se tornou a principal preocupação da população. Os meios de comunicação saíram do ar, tsunamis devastaram as cidades litorâneas, por todo mundo os vulcões adormecidos entraram em atividade, uma nuvem densa de cinzas vulcânicas cobriu o céu impedindo que os raios solares entrassem em nossa atmosfera, tornando impossível o cultivo de qualquer plantação e modificando o clima da terra que agora está mais úmida e fria.

Miranda e sua família estão sozinhos e isolados, vivendo em um mundo sem energia elétrica, telefone ou internet. Os correios funcionam precariamente. mas é quase impossível ter noticias de familiares, a cidade está cada vez mais vazia e perigosa. Muitos se mudaram ou não sobreviveram ao frio, a fome e as doenças que agora assolam a população. Com um estoque limitado de comida e combustível para o aquecedor, a família de nossa protagonista tenta sobreviver. Aprendem a aceitar as diferenças e estreitam seus laços familiares.

"Será que as pessoas percebem o quanto a vida é preciosa? Sei que nunca percebi isso antes. Sempre havia tempo. Sempre havia um futuro."

O que mais me deixou agoniada com esse livro foi presenciar deterioração da humanidade, isso se torna mais evidente ao acompanharmos a trajetória de Miranda. Susan narra de tal forma que é possível visualizar com perfeição no decorrer das páginas o estado físico da personagem e de sua família. Miranda não é uma heroína, ela é uma sobrevivente, e embora tenha me irritado em alguns momentos, consegui me colocar em sua posição e entender sua rebeldia. Afinal ela é uma adolescente que viu seu mundo desmoronar de uma hora para outra, que tem que amadurecer muito em um curto espaço de tempo.

A narrativa em forma de diário não me desagradou, apesar da falta de ação, e da morosidade, o estilo de narrativa contribuiu para criar o clima da história, acompanhar o passar dos dias foi angustiante. Sou o tipo de pessoa que quando lê um livro nesse estilo fica esperando que descubram a cura do câncer e todos vivam felizes para sempre. E não ter a perspectiva de melhora me fez refletir sobre vários assuntos. Não vou mentir que a história não mexeu comigo, fiquei impressionada com a realidade cruel, e diferente de outras distopias, algo assim é possível de acontecer.

O primeiro livro da série Os últimos sobreviventes me cativou, me fez refletir sobre questões que nunca parei antes para pensar. Uma leitura singular. E uma ótima opção para fugir da mesmice.

"Nunca pensei muito sobre o fato de que a Lua que vejo é a mesma que Shakespeare, Maria Antonieta, George Washington e Cleópatra viram. Para não mencionar os zilhões de pessoas de que nunca ouvi falar. Todos os Homo sapiens e Neandertais olharam para a mesma Lua que eu olho."

3 comentários

  1. Parece um livro muito bom. A capa não me chama atenção, mas a sinopse e a sua resenha sim. O fato de ser em forma de diário tbm não me incomoda, e pelo que você falou o livro é bem escrito e isso conta muito.

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  2. Vi uma resenha sobre esse livro em outro blog e já achei muito legal, a história eu achei mega criativa e remete muito ao filme Waterworld, só que ao contrário, aqui não te água e lá tem apenas água. Eu gosto muito de distopias e de livros que abordam esses temas, de como mudando uma coisa no clima, no mundo tudo pode mudar! Já quero ler, adorei a capa

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  3. Adorei a resenha,parece ser um livro maravilhoso,quero muito.

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